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CAIXA DE RETRATOS
14 de  setembro de 2015 | Autor : 6 | Fonte : 6
                                                              

         Antônio Cândido da Silva

 

Revirando a gaveta de memórias

encontrei uma caixa de retratos

e dentro dela uma fotografia

onde você e eu somos lembrança.

E assim, como num passe de magia,

fui para o ano de sessenta e seis

refazendo o caminho percorrido

e revendo os momentos dessa andança...

 

 Do mês de julho era o dia trinta

e eu, nervoso, esperava ao pé do altar

naquela tarde quente de verão

quando você apareceu sorrindo,

caminhou pela nave da Matriz,

fazendo disparar meu coração.

Depois a festa, a fuga às escondidas

no Jeep sem capota do compadre,

arrastando um cordel com latas velhas

pelas ruas calçadas da cidade.

Depois a vida a dois, os filhos

e um futuro sonhado a conquistar...

 

Quarenta e cinco anos se passaram

depois daquele julho de sessenta e seis.

Muitos castelos construímos juntos,

caminhos percorridos de mãos dadas

e subidas onde um no outro se amparou.

E foi assim que fomos descobrindo

todo o segredo do passar do tempo

e aprendemos a plantar sementes

pra sombrear as margens do caminho

por onde um dia o nosso amor passou...

 

Vejo, agora, na imagem de nós dois,

no fragmento de um segundo

que alguém eternizou neste papel,

a nossa vida desfilar na passarela

das minhas emoções.

Momentos de conquistas,

instantes de tristezas

e a solidez do nosso amor

como morada erguida sobre a rocha

vencendo os vendavais.

E eu percebo, depois de tanto tempo,

que a cada dia eu te amo mais...

 

Para Maria no 30 de julho de 2011. (45)


Antônio Cândido da Silva
Poeta e historiador
 

ACLER - Academia de Letras de Rondônia
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