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As praças coloridas
15 de  abril de 2015 | Autor : 1 | Fonte : 1

Sempre as praças me inspiram a sensação de lazer, paz e relaxamento. Os mais atrativos brinquedos, fontes luminosas etc são usados para chamar a atenção das crianças e também dos  adultos. No centro da antiga Porto Velho, lembro-me de todas elas, pois foi nesses espaços que corri de peito aberto, joguei peteca, tomei sorvete e comi pipoca; foi nessas praças que vadiei, escorreguei nos escorregadores, namorei e vi a banda passar. Quantas vezes a noite ficava na praça  Aluizio Ferreira com meu violão, esperando a luz apagar para fazer seresta na casa das meninas do Caiari. O blackout era programado: começava meia noite e terminava as 5:00h. Assim que cortavam a energia, saía com outros amigos para cantar e tocar na porta das minas. Quando era noite de lua cheia a seresta ficava ainda mais romântica. Na praça Mal.Rondon, a paquera seguia rodando nas calçadas, antes do  Cine Resky iniciar sua 1a. sessão de cinema com um forte e imponente sinal sonoro. Muitas vezes a Banda de Música da Guarda Territorial tocava no coreto da praça.


Essas praças coloridas com matizes de lembranças foram ponto de encontro de muitos casais, que tiveram seus primeiros beijos testemunhados por elas. São o testemunho remanescente de uma época lúdica, dourada, onde não havia lugar para a violência. Acho que todo mundo queria mesmo era ver a banda passar para tocar nos coretos, ou ir assistir aos filmes de Tarzan, as chanchadas brasileiras com Oscarito e Grande Otelo, Costinha e Zé Trindade. Os filmes de faroeste também faziam grande sucesso, com os mocinhos como John  Wyne, Kirk Douglas, Dean Martin, Your Briner, etc. A troca de gibis era também uma atração a mais para nós adolescentes. Com o cabelo penteado, armado com glostora, lá estávamos nós aos domingos trocando aquelas revistas com os colegas.


--Você já leu essa? É a ultima do Jesse James!
--Não. Mostra aí!
--Troco por 2 do Mandraque.
    E assim prosseguia o troca-troca das revistinhas.


     São reminiscências de uma época dourada, onde as praças quase sempre contribuíam para o bem-estar das pessoas que nela iam buscar o relaxamento e o prazer. Hoje muitas delas estão abandonadas, servindo apenas para viciados e assaltantes espreitarem suas vítimas. Longe vão aqueles anos dourados das praças coloridas...

Samuel Castiel
 

ACLER - Academia de Letras de Rondônia
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